CONHECIMENTOS TÉCNICOS
GRUPO MOTO-PROPULSOR
A forca de tracao de um ULM e' fornecida pelo GRUPO MOTO-PRO
PULSOR. O grupo moto-propulsor e' composto do conjunto MOTOR
e HELICE.
MOTORES
MOTOR TERMICO - Para se poder estudar o funcionamento do mo-
tor termico, e' necessario definir-se alguns termos tecnicos
a saber:
[a] PONTO MORTO - Sao os pontos extremos atingidos pelo cur-
so de um PISTAO;
[b] PONTO MORTO ALTO [pma] - E' a posicao extrema atingida
pelo PISTAO no seu CURSO ASCENDENTE, onde se localiza a
CAMARA DE COMBUSTAO;
[c] PONTO MORTO BAIXO [pmb] - E' a posicao extrema atingida
pelo PISTAO no seu CURSO DESCENDENTE;
[d] CURSO - E' a trajetoria percorrida pelo PISTAO quando se
move de um para outro PONTO MORTO;
[e] CILINDRADA - E' o VOLUME INTERNO de um CILINDRO compreen
dido ENTRE os PONTOS MORTOS [pma e pmb]. Para se determi
nar qual a CILINDRADA [cc] de um motor, somamos os VOLU-
MES dos CILINDROS, volumes estes determinados pelo PRODU
TO da AREA DA BASE pela ALTURA DO CILINDRO;
[f] CAMARA DE COMBUSTAO - E' o volume interno, quando o PIS-
TAO estiver no PONTO MORTO ALTO [pma];
[g] CICLO - Sequencia de fenomenos que concluem um operacao;
[h] FASES - Sao as operacoes executadas durante o funciona-
mento do MOTOR. Sao elas:
[1]-ADMISSAO
[2]-COMPRESSAO
[3]-IGNICAO
[4]-COMBUSTAO
[5]-EXPANSAO
[6]-EXPULSAO
[i] TEMPO - E' o que acontece dentro do CILINDRO quando o
PISTAO faz um CURSO durante o funcionamento do MOTOR.
Temos MOTORES A DOIS TEMPOS e MOTORES A QUATRO TEMPOS.
MOTORES A DOIS TEMPOS [Mais usados nos ULMs]
Nestes motores seus cilindros NAO TEM VALVULAS [p/ admissao
de combustives e descarga de gases]. Estas operacoes sao rea
lizadas atraves de JANELAS NO CILINDRO e, controladas atra-
ves da PRESSAO INTERNA presente nestes.
A MISTURA [AR+COMBUSTIVEL+OLEO LUBRIFICANTE] passa primeira-
mente pelo MOTOR para depois ser ADMITIDA no CILINDRO.
As SEIS FASES para funcionamento do MOTOR sao cumpridas pe-
los MOTORES A DOIS TEMPOS em DOIS CURSOS DE PISTAO:
[a] CURSO ASCENDENTE - [1o. TEMPO]:
COMPRESSAO, IGNICAO e COMBUSTAO;
O PISTAO se move de pmb para pma. E' criada uma queda de
pressao no carter, ate' o momento que a JANELA INFERIOR
e' aberta, permitindo assim que a MISTURA penetre no mes
mo. Durante a subida do PISTAO ocorre a COMPRESSAO desta
e, um pouco antes que este atinja o pma, temos a CENTE-
LHA produzida na VELA que inflama a carga combustivel;
[b] CURSO DESCENDENTE - [2o.TEMPO]:
ADMISSAO, EXPANSAO e ESCAPAMENTO.
Os gases se expandem, empurrando violentamente o PISTAO
para baixo. Em sua descida e, com a abertura da JANELA
DE SAIDA, temos a eliminacao dos GASES QUEIMADOS. Por
outro lado e, simultaneamente, ocorre a COMPRESSAO da /
MISTURA [carga] existente no carter, ate' o momento
que a JANELA DE ENTRADA e' novamente aberta e, iniciando
-se NOVO CICLO e, ai' sucessivamente.
FUNCOES DESEMPENHADAS PELOS COMPONENTES DO MOTOR:
CILINDRO - Parte do motor onde e' admitida, comprimida e
queimada a mistura combustivel. O cilindro compoe-se de: CA-
BECA e CORPO;
PISTAO - Peca cilindrica que trabalha no interior do cilin-
dro, que e' interligada ao eixo de manivelas atraves de uma
BIELA;
ANEIS DE SEGMENTO - Sao aneis de ferro fundido, com a finali
dade de vedar a folga existente entre o pistao e o cilindro;
ANEIS DE COMPRESSAO - Tem a finalidade de evitar a fuga dos
gases entre o pistao e o cilindro durante o funcionamento do
motor;
BIELA - E' a peca responsavel pela transmissao das forcas en
tre o PISTAO e o EIXO DE MANIVELAS;
EIXO DE MANIVELAS - E' o responsavel para transmissao da for
ca do motor ate' o centro da helice, atraves do movimento al
ternativo dos pistoes;
CARBURADOR - E' onde se desenvolve o fornecimento da mistura
ao motor e, ACELERACAO e DESACELERACAO do mesmo;
O carburador mais simples e' o CARBURADOR DE NIVEL CONSTANTE
e, e' constituido de CUBA, BOIA, ESTILETE, GIGLE e PULVERIZA
DOR;
A CUBA e' um pequeno deposito cujo nivel de combustivel e'
controlado por meio de uma BOIA e um ESTILETE;
O INJETOR fica situado na garganta do VENTURI, onde e' dosa-
da a mistura;
Durante o tempo de admissao, o ar que passa na garganta do
VENTURI produz uma diminuicao de pressao. Com este diferen-
cial de pressao, o combustivel sera' forcado a passar no GI-
GLE em uma quantidade de massa PROPORCIONAL 'A DIFERENCA DE
PRESSAO;
INSTRUMENTOS INDICADORES DO MOTOR:
TACOMETRO - Fornece a leitura das ROTACOES DO MOTOR POR MINU
TO [RPM];
CHT - CYLINDER HEAD TEMPERATURE - Temperatura na Cabeca do
Cilindro - Prevenir SUPERAQUECIMENTO do MOTOR;
EGT - EXAUST GAS TEMPERATURA - Temperatura no Escapamento de
Gases - Indicar MISTURA RICA ou POBRE;
Caso o ULM nao estiver equipado com estes instrumentos, ten-
te obter um bom rendimento, sem exigir EM DEMASIA sobre as
ROTACOES do motor.
LEMBRE-SE: Para cada ATITUDE DE VOO tem-se uma UNICA POTEN-
CIA correspondente. Portanto, EVITE SEMPRE
o sacrificio do seu motor |
IGNICAO - E' o sistema ELETRICO destinado a produzir CENTE-
LHAS ELETRICAS no interior do cilindro e, tem as seguintes
funcoes:
[a] Gerar ENERGIA ELETRICA;
[b] DISTRIBUIR a energia eletrica;
[c] Produzir o CENTELHAMENTO no momento certo e,
[d] Manter a SEQUENCIA da ignicao.
O Sistema de Ignicao e' composto de:
VELA - Unidade responsavel pela PRODUCAO DE CENTELHAS;
MAGNETOS - Movimentado pelo motor, estes produzem CORRENTE E
LETRICA ALTERNADA.
LUBRIFICACAO - Nos motores convencionais a lubrificacao das
pecas do motor e' do tipo MISTA: por SALPIQUE, por PRESSAO e
por IMERSAO.
[a] por SALPIQUE - onde o oleo e' pulverizado sobre a peca a
ser lubrificada;
[b] por PRESSAO - onde e' necessario que uma pelicula de o-
leo mantenha a separacao de pecas;
[c] por IMERSAO - onde as pecas operam mergulhadas total ou
parcialmente no oleo lubrificante;
O oleo lubrificante alem de reduzir o atrito entre as pecas
atua ainda como refrigerante do sistema e,um ANTI-CORROSIVO.
TIPOS DE POTENCIA
POTENCIA TEORICA - Potencia IDEAL do motor se nao houvessem
PERDAS. E' a potencia contida na MISTURA ANTES DA COMBUSTAO;
POTENCIA INDICADA - E' a potencia que os GASES possuem ao se
expandirem, atuando sobre os pistoes. E' designada como INDI
CADA pois para medi'-la em laboratorios, utiliza-se um apare
lho chamado INDICADOR;
POTENCIA EFETIVA - E' a potencia dsiponivel no EIXO DA HELI-
CE. Para medi'-la utiliza-se do DINAMOMETRO;
POTENCIA UTIL OU TRATORA - E' a potencia desenvolvida pelo
grupo moto-propulsor durante o deslocamento do ULM.
POTENCIA DE ATRITO - E' a potencia PERDIDA pelo motor devido
ao atrito de suas pecas, acionamento dos pistoes durante a
suas fases improdutivas, acionamento de gerador, magnetos
bombas, etc.
POTENCIA DISPONIVEL - E' a potencia que o grupo moto-propul-
sor possui para atender as EXIGENCIAS DO VOO;
POTENCIA REQUERIDA - E' a potencia que o ULM necessita para
realizar todas as fases de seu voo. Sua determinacao e' fei-
ta por meio de processos aerodinamicos experimentais e formu
lacoes matematicas.
HELICE
E' uma componente do grupo moto-propulsor. E' normalmente de
MADEIRA e, de passo fixo.
PASSO DE HELICE - por definicao e' a distancia teorica que a
helice deveria percorrer em uma volta completa;
HELICE DE PASSO FIXO - Este tipo de helice somente tera' um
bom rendimento nas condicoes para as quais foi construida,is
to e', determinada VELOCIDADE de voo e, RPM. A helice de
passo variavel tem o seu passo mutante a cada requisito/ati-
tude de voo. A seguir uma amostragem das diferentes situa-
coes de velocidade e rpm em atitudes de voo distintas:
DECOLAGEM RPM ALTA - VELOCIDADE BAIXA
SUBIDA RPM MENOR - VELOCIDADE MAIOR
CRUZEIRO RPM AINDA MENOR - VELOCIDADE AINDA MAIOR
INSTRUMENTOS INDICADORES
INSTRUMENTOS DE ANALISE DO VOO
BUSSOLA - COMPASSO MAGNETICO [Padrao Aeronautico]
O principal e mais primitivo instrumento indicador de dire-
cao e' o COMPASSO MAGNETICO mais conhecido como BUSSOLA. Con
siste em uma barra ou ''AGULHA'' magnetizada, montada sobre
uma boia imersa em querosene. Esta agulha indica sempre o
NORTE MAGNETICO [Polo Magnetico] da terra. Sobre a boia es-
ta' montado um cartao dividido de ZERO a 360 graus. Qualquer
que seja a direcao seguida pela aeronave, a agulha apontara'
sempre para o norte magnetico. Como resultado, o cartao nume
rado indicara' um numero cujo valor em graus equivale ao an-
gulo formado pela trajetoria do ULM e o meridiano da terra
que passa pelo norte magnetico.
Assim o piloto sabera' a direcao que esta' seguindo. O nume-
ro que se apresenta no cartao graduado e' a PROA BUSSOLA se-
guida pelo ULM, ou simplesmente PROA. O cartao tem 4 letras2
que se referem aos PONTOS CARDEAIS: N/Norte, S/Sul, E/Este e
W/Oeste. Cada intervalo de 30 graus e' representado por nume
ro com eliminacao do ultimo zero. Ex: 60 graus = 6; 300 gra-
us = 30, etc... As divisoes de 10 em 10 graus aparecem co
mo marcas verticais maiores e, divisoes de 5 em 5 graus re-
presentadas por tracos menores.
Os valores dos angulos de direcoes CRESCEM para a DIREITA e
DIMINUEM para a ESQUERDA do NARIZ do ULM.
ALTIMETRO
Instrumento que indica a ALTITUDE da aeronave. E' um BAROME-
TRO que mede a pressao atmosferica e a transforma numa indi-
cacao de altitude para o piloto.
Quanto MAIS ALTO, MENOR A PRESSAO ATMOSFERICA.
Quanto MAIS BAIXO, MAIOR A PRESSAO ATMOSFERICA.
A indicacao e' em ft [pes] sendo que 1 ft = 308 cm.
A escala do altimetro esta' dividida em 20, 100 e 1.000 ft;
[1.000 ft = 300 m] com ponteiros semelhantes ao relogio.
O ALTIMETRO sempre indica a ALTITUDE do ULM em direcao ao NI
VEL MEDIO DO MAR [MSL].
A ALTITUDE EM RELACAO AO SOLO [AGL] e' a diferenca entre a
ALTITUDE INDICADA NO ALTIMETRO e, a ALTURA DO SOLO que esta'
sendo sobrevoado [Fornecido pelas Cartas de Aeronavegacao].
Exemplo: Sobrevoando uma area de 150 m de altura em relacao
ao nivel do mar e, multiplicando-se este numero por 38 te-
remos um numero aproximado de 500 ft pois, 1 m = 38 ft. Se
o ALTIMETRO estiver indicando 2.500 ft conclui-se:
[a] Altitude indicada [Altimetro] = 2.500 ft [MSL] e...
[b] Altitude do Solo [Carta] = 500 ft
[c] Altitude SOBRE o Solo = 2.000 ft [+/- 600 m]
A ALTITUDE SOBRE O SOLO e' tambem chamada de AGL [em ingles:
Above Ground Level].
Os ALTIMETROS devem ser ajustados de acordo com a ALTITUDE
DO AERODROMO em relacao ao nivel do mar [MSL].
Exemplo: em Campo de MARTE/SP uma aeronave com o Altimetro a
justado devera' indicar a altitude de 722 metros ou 2.369 ft
[722 vezes 38]. Arredondando, teremos: 2.400 ft.
VELOCIMETRO
E' um MANOMETRO de pressao diferencial muito sensivel que in
dica a velocidade do ULM em relacao 'a massa de ar que o a-
travessa e, NAO A VELOCIDADE EM RELACAO AO SOLO. Quando o
ULM se movimenta para a frente, a pressao na linha do PITOT
torna-se maior do que a pressao atmosferica. Esta diferenca
de pressoes e' indicada pelo ponteiro do velocimetro na face
do instrumento, que esta' calibrado para oferecer esta indi-
cacao ao piloto, em MILHAS TERRESTRES POR HORA [MPH] ou MI-
LHAS NAUTICAS POR HORA [kt = nos]. As graduacoes EXTERNAS
expressarao MPH e as graduacoes INTERNAS expressarao kt.
O tubo de PITOT e' um dispositivo que capta as pressoes DINA
MICA e ESTATICA do AR EXTERNO 'a aeronave. A PRESSAO DINAMI-
CA e' dada pelo impacto da aeronave com o ar, em voo. A pres
sao ESTATICA e' dada tanto em voo, como com o ULM em solo.
A tomada de ar estatica do PITOT age sobre o ALTIMETRO e so-
bre o VARIOMETRO [CLIMB], outro instrumento aeronautico.
COORDENADOR DE CURVAS
Este instrumento tambem e' usualmente chamado ''PAU e BOLA''
e indica CURVAS e INCLINACOES. Consiste em um disco preto
com um eixo central no qual esta' uma figura simbolizando um
aviao. Esta figura, inclinando-se para um e outro lado, indi
cara' o angulo de inclinacao das asas do nosso ULM e, o lado
para o qual estao sendo inclinadas. A figura de aviao em al-
guns instrumentos e'substituida por uma barra vertical [pau]
cuja funcao e' a mesma, ou seja, indicar o lado da ROLAGEM
do ULM e o grau de inclinacao das asas. Abaixo da silhueta
do aviaozinho esta' uma capsula recurva, cheia de querosene
e, com uma esfera preta em seu interior. Trata-se do indica-
dor de coordenacao de curvas. Se a curva esta' bem coordena-
da [Inclinacao das Asas/Aileron com atitude do Nariz/Leme],a
BOLA estara' CENTRADA. Em caso contrario estara'ocorrendo u-
ma ''derrapagem'' e, a correcao a ser dada e' ''PISAR NA BO-
LA'' ou, pressionar o PEDAL do LADO para onde a BOLA se DES-
LOCA.
Outros instrumentos de Analise do Voo:
Compasso Giroscopico ou Giro;
Indicador de Atitude ou Horizonte Artificial;
Variometro ou CLIMB [Claimb].
INSTRUMENTOS DE ANALISE DO EQUIPAMENTO
TACOMETRO ou CONTAGIROS - Indica a que velocidade esta'giran
do o eixo do motor ou a helice em ROTACOES POR MINUTO [RPM].
A MARCA VERMELHA no painel mostrador do CONTAGIROS indica o
LIMITE DE ROTACOES DO MOTOR. Esta marca NAO DEVE SER MANTIDA
ou ULTRAPASSADA.
Alguns CONTAGIROS incorporam o HORIMETRO onde aparece o nume
ro de horas de funcionamento do motor 'a partir de NOVO com
ZERO HORAS de uso ou, 'a partir de uma reforma total.
Outros instrumentos de Analise do Equipamento:
Indicador de PRESSAO DO OLEO;
Indicador de TEMPERATURA DO OLEO;
CHT - [Cylinder Head Temperature] - Indicador de Temperatura
na Cabeca do Cilindro do Motor;
EGT - [Exaust Gas Temperature] - Indicador de Temperatura de
gases no tubo de escapamento do Motor;
ooooooooo * ooooooooo
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